Praça da Liberdade recebe ambientalistas e população para celebrar o meio ambiente e terminar Expedição ao Velhas

06/06/2017

Os participantes do evento se reuniram para conversar com os coletivos e com os canoístas, que contaram da experiência de navegar o Velhas oito anos depois.

A Expedição “Rio
das Velhas, te quero vivo”, teve seu encerramento neste domingo (4), na Praça
da Liberdade, em Belo Horizonte. No dia anterior, os canoístas remaram até
Santa Luzia, onde desceram dos caiaques pela última vez nesta Expedição.

Sabará – Santa Luzia

Após seis dias
de Expedição, no último sábado (3), os canoístas saíram de Sabará e navegaram
rumo à cidade de Santa Luzia, há 18 km da capital mineira. A qualidade das
águas navegadas veio sendo reduzida com a proximidade dos grandes centros
urbanos e, sobretudo neste trecho, o mau cheiro e a poluição foram marcantes.

O município de
Santa Luzia beira o Rio das Velhas após seu encontro com o Ribeirão Arrudas e
Onça – seus principais afluentes e poluidores. Por isso, este percurso foi o
mais degradado pelas ações antrópicas, chamando a atenção dos caiaqueiros e
abalando-os emocionalmente. Rafael Gonçalves, vereador e integrante do CBH
Águas do Gandarela, foi um dos canoístas desta edição e, pouco depois da foz do
Arrudas, teve que ser resgatado pela “equipe terra”. Para ele, estar dentro do
rio neste trecho foi chocante, pois só assim pôde observar verdadeiramente o
que a humanidade está fazendo com a natureza. “Desejo que sejamos humanos para
olhar para as águas. Temos que relembrar que sem elas não podemos sobreviver”,
disse à população de Santa Luzia.

A cidade
organizou um evento para a recepção dos navegantes e oficializou a abertura da
semana do meio ambiente. Por volta das 16 horas, Erick Sangiorgi e Ronald
Guerra, os canoístas mais experientes, chegaram ao local e conversaram com os
presentes. Em suas falas, fez-se claro o desconforto com a situação do Velhas.
“Trata-se, hoje, 50% do esgoto que deveria ser tratado na Bacia. Usamos
máscaras e roupas impermeáveis para nos protegermos das águas do rio. Isso é um
absurdo!”, conta um dos canoístas, indignado.  

O contraste
entre as águas cristalinas de São Bartolomeu com as águas pretas de Santa Luzia
é simbólico: se ainda hoje existem locais preservados e vivos, é possível
retornar para este estado.

 Evento Águas Gerais

A Expedição “Rio
das Velhas, te quero vivo” chegou ao fim em grande estilo. O evento Águas
Gerais, na Praça da Liberdade, marcou o final desta semana de navegação e
mobilização. Realizado pelo Movimento Pela Serra do Gandarela e pelo bloco
carnavalesco Pena de Pavão de Krishna, a programação foi iniciada às 9 horas da
manhã com um piquenique popular e finalizada por um cortejo do bloco, que desceu
a Avenida João Pinheiro, na capital, até o Parque Municipal.

Sarais, pinturas
corporais, exposições do ônibus Manuelzão e cantorias fizeram parte do
entretenimento dos presentes.  O evento,
porém, teve como foco a luta pela preservação das águas de Minas, contando com
a participação de diversas entidades ambientais, como Amigos da Serra do
Curral, Abrace a Serra da Moeda, Coletivo Rejeito, Movimento Girassol, dentre
outros.

Os participantes
do evento se reuniram para conversar com os coletivos e com os canoístas da
Expedição, que contaram da experiência de navegar o Velhas oito anos depois.
Ronald Guerra, integrante do Projeto Manuelzão e caiaqueiro, contou que, apesar
da melhora desde 2003, a situação do Rio das Velhas ainda é grave. “Eu
participei de várias Expedições, mas digo logo: em ato de protesto, não
navegarei mais no Velhas enquanto este cenário de devastação se mantiver”. 

 

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