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“Prever extremos como chuvas em SP é desafio para a ciência”

24/02/2023

Climatologista Carlos Nobre afirma não haver dúvidas de que mudanças climáticas tornam eventos como o que devastou o litoral paulista mais frequentes.

Em São Sebastião, cidade turística aos pés da Serra do Mar, no litoral norte paulista, a busca por desaparecidos não tem prazo para acabar. Defesa Civil e voluntários trabalham sob condições difíceis nos bairros mais atingidos. As chuvas intensas registradas nas primeiras horas do último domingo, 19, deixaram ao menos 46 mortos. Centenas estão desabrigados.

O maior volume de chuva registrado na região em 24 horas – 683 milímetros, no município de Bertioga – é o novo recorde no sistema meteorológico brasileiro. Antes dele, no ano passado, 534,4 milímetros haviam sido registrados na tragédia de Petrópolis, que deixou 241 mortos há um ano. Em São Sebastião, foram 627 mm em 24 horas no último fim de semana.

Carlos Nobre, climatologista aposentado do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que esteve envolvido na criação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), em 2011, reforça o alerta que a ciência vem dando há anos: eventos climáticos extremos desse tipo estão ficando mais frequentes com as mudanças climáticas.

“No planeta inteiro, todos esses fenômenos extremos estão acontecendo com muito mais frequência, e a ciência não deixa nenhuma dúvida de que eles não estariam acontecendo com essa frequência se o planeta não estivesse sofrendo o aquecimento global”, afirma Nobre em entrevista à versão brasileira do site DW.

Segundo o climatologista, modelos matemáticos existentes mundo afora não conseguem capturar recordes de chuva como o do litoral de São Paulo, mas apenas reproduzir eventos extremos das últimas décadas.

“Essas chuvas no litoral norte paulista foram três vezes maiores do que os modelos de previsão indicaram”, detalha Nobre. “É um desafio muito grande para a ciência ver como fazer com que os modelos climáticos consigam prever esses recordes que estão acontecendo todos os anos em todo o planeta.”

Para ler a entrevista completa, clique aqui.

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