Pró-Mananciais em Ouro Preto: sementes da educação ambiental na região da nascente do Rio das Velhas - Projeto ManuelzãoProjeto Manuelzão

Pró-Mananciais em Ouro Preto: sementes da educação ambiental na região da nascente do Rio das Velhas

22/02/2023

Programa de Educação Ambiental do Pró-Mananciais na Bacia do Rio das Velhas visitou escolas em distritos e subdistritos para despertar, desde cedo, o cuidado com as águas

[Matéria publicada nas páginas 30 e 31 da Revista Manuelzão 92. Republicamos aqui com algumas edições para adaptar o texto ao formato do site. Acesse a edição 92 e as edições anteriores da Revista Manuelzão através deste link.]

Como as nascentes, das quais brota o elemento vital à vida, a educação ambiental dos pequenos representa a fonte de um futuro habitável. Sabendo disso, o programa Educação Ambiental do Pró-Mananciais na Bacia do Rio das Velhas, da Copasa, visitou, durante junho de 2022, escolas municipais em diferentes comunidades de Ouro Preto, região abundante em águas, onde nascem os rios das Velhas e Doce, para falar com os jovens sobre a importância do cuidado com cada curso d’água dessas bacias hidrográficas.

Com apoio do Projeto Manuelzão, que se tornou um dos parceiros do programa no último ano, o Programa de Recuperação de Mananciais, o Pró-Mananciais, foi a seis escolas a fim de mobilizar os alunos para o desenvolvimento de ações de recuperação dos mananciais e preservação das águas, por meio do plantio de mudas nativas e outros cuidados com o patrimônio hídrico-ambiental que os cerca. O mote é: proporcionar água em qualidade e quantidade.

O programa de educação ambiental visitou as escolas municipais Dr. Alves de Brito, em Rodrigo Silva, distrito nascido junto à construção de uma estrada de ferro ligando Ouro Preto ao Rio de Janeiro;  Nossa Senhora das Graças, no sub-distrito de Bocaina; Washington Araújo Dias, em São Bartolomeu, arraial minerador que nasceu às margens do Rio das Velhas no final do século XVII; Benedito Xavier, em Glaura, outro dos mais antigos arraiais mineradores de Minas; Ana Pereira de Lima, no subdistrito de Maracujá, onde nasce o rio de mesmo nome, tributário do Velhas; e Padre Antônio Pedrosa, no subdistrito de Coelhos.

Entre as atividades desenvolvidas estão apresentações sobre sobre o ciclo da água e a necessidade de sua preservação. Foto: Divulgação.

Nas comunidades, bem próximas a zonas rurais ouropretanas e por onde correm águas ainda muito puras, os alunos convivem com córregos e riachos e é comum ouvi-los dizer: “tem uma nascente da casa da minha avó”, ou “passa um córrego no terreno do meu tio”. Esse contexto guiou as ações de promoção de uma convivência harmoniosa com o meio ambiente, que contaram com participação ativa e animada dos jovens, receptivos à informação e ao desenvolvimento de uma nova mentalidade sobre a questão ambiental.

“Trabalho de formiguinha”

Assessora de Educação Ambiental e Resíduos Sólidos na Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ouro Preto Maria das Graças Ferreira, a Filhinha, comemorou os encontros: “Todas as professoras relataram que foi um momento muito importante, pois, voltando de dois anos de pandemia, as atividades lúdicas e interativas fora da sala de aula fazem a diferença, contribuem para melhorar os ânimos. Foram encontros muito produtivos”.

Crianças conheceram de perto os peixes da bacia do Velhas. Imagem: Divulgação.

Para Filhinha, a oportunidade de ver e sentir e de colocar em prática conceitos aprendidos em sala é uma ponte para que os alunos valorizem o território. “As atividades despertam outro olhar e conscientizam as crianças do cuidado que se tem que ter com essas águas. Passa um córrego na casa da minha avó, mas ele é também um bem público, então, é muito importante que elas compreendam o tesouro que têm ali e contribuam para sua preservação”, avalia a assessora.

As águas da região do Alto Velhas, que vai da nascente primordial do rio no Parque Natural Municipal das Andorinhas, em Ouro Preto, até a divisa entre Belo Horizonte e Sabará, são responsáveis pelo abastecimento de milhões de pessoas na região metropolitana da capital. Por isso, a Copasa tem atuado prioritariamente na região, primando pela qualidade e quantidade da água que chega ao principal ponto de captação da região metropolitana: a Estação de Tratamento de Água (ETA) Bela Fama, em Honório Bicalho, distrito de Nova Lima.

A realidade da bacia hidrográfica conecta diretamente essas milhões de pessoas na capital e seu entorno, com as pequenas comunidades visitadas em Ouro Preto. Nesse sentido, Filhinha ressalta a importância das ações na região: “é essencial que as crianças percebam, através da noção de bacia hidrográfica, que não há apenas o rio principal, mas todos os outros cursos d’água que alimentam ele. Se uma parte desse sistema adoecer, todo o resto será contaminado”.

Em áreas com menos oportunidades e menos acesso à informação do que nas cidades, a aposta é que as crianças possam expandir o alcance dessas ideias. “Sempre falo que o trabalho de educação ambiental é um trabalho de formiguinha”, comenta Filhinha, “então, ter os jovens atuando como multiplicadores do conhecimento ambiental, como pequenas sementes, é um reforço e tanto”.

O programa Educação Ambiental do Pró-Mananciais segue seu caminho pelo Alto Rio das Velhas, mobilizando forças e despertando o cuidado com as águas da bacia.

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