Que crime eles cometeram?

18/10/2013

Com a chegada dos gorilas ao Zoológico de Belo Horizonte, o Manuelzão faz essa pergunta e questiona a viabilidade da transferência desses animais e a desgastante situação ao mudarem de ambiente. Ongs e ambientalistas fizeram um abaixo-assinado.

Após
perder os gorilas: ID Amim e Kifta, mais dois grandes primatas foram trazidos
para o Zoológico de Belo Horizonte. Mesmo com o grande apelo de ONGs e da
sociedade para que não fossem transferidos, eles chegaram e aguardam em quarentena
para serem apresentados ao público.

Leon é
macho, pesa cerca de 200 kg e completa 15 anos. Ele vivia no Zoo de Loro Parque
em Tenerife, na Espanha. Já a fêmea Lou Lou tem 9 anos, pesa aproximadamente 80
kg e saiu do Zoo de Howletts, no Reino Unido, para se viver na capital mineira.

A
transferência dos dois se deu por meio de um empréstimo viabilizado após a
recomendação da Associação Europeia de Zoológicos e Aquários (European
Association of Zoos and Aquaria, EAZA, em inglês) e a obtenção de licenças
junto ao Ibama e ao Ministério da Agricultura.

O casal,
que ainda não se conhece, fará companhia à fêmea Imbi, solitária deste março
deste ano quando morreu Kifta, um ano após a morte de Id Amim.
Um dos gorilas do Zoológico.

Abaixo assinado

O
Projeto GAP/ PGS da Espanha e que tem filial no Brasil, recentemente publicou
um abaixo assinado e em uma semana, chegou a 12.279 assinaturas contra a
transferência do gorila León ao Zoológico de Belo Horizonte.

A
cópia dessa petição foi encaminhada a Comissão CITES da Espanha e das Ilhas
Canárias (onde reside o gorila León, no Loro Parque) e a municipalidade
das Ilhas Canárias.

Mesmo
com um número expressivo de assinaturas os gorilas foram enviados a capital mineira e agora preocupa
ambientalistas e pessoas ligadas as causa dos animais quanto ao possível
destino dos animais para que não ocorra o mesmo que ocorreu com os seus
antecedentes.

 O que se questiona é se esses grandes primatas
irão conseguir sobreviver enjaulados e se depois de duas mortes de gorilas no
Zoológico da capital mineira, se estes também não terão esse fim.  O Projeto Manuelzão defende o direito dos
grandes primatas de viverem em liberdade em seus habitats e insiste que a partir
do momento em que são privados desse direito e passam a ser vítimas de maus
tratos, não tendo condições de serem devolvidos as florestas, a missão passa a
ser, oferecer a eles qualidade de vida e bem-estar no regime de cativeiro.  

Para
assinar a petição desenvolvida pelo Projeto GAP da Espanha acesse:https://www.change.org/es/peticiones/loro-parque-no-envCADen-al-gorila-leCB3n-al-zoo-de-belo-horizonte-en-brasil#share.

Envio questionado

De acordo com notícia publicada no site do Projeto GAP Brasil,
o envio de
gorilas para Zoológico de Belo Horizonte foi questionado internacionalmente.
Segundo o site, diante da resposta do Zoológico Espanhol Loro Parque
– que enviou um gorila macho, de nome Leon, ao Zoológico de Belo Horizonte, por
um pedido especial da Fundação John Aspinal, da Inglaterra, o Projeto GAP
Brasil e Proyecto Gran Simio, da Espanha, fizeram responsável esta Fundação,
assim como ao coordenador do programa de reprodução de gorilas, que se radica
no Zoológico de Appenheul, na Holanda, pelo risco de morte que implica este
traslado ao Brasil, onde outros dois gorilas morreram recentemente. 

Em relação
ao questionamento, o Loro Parque esclareceu que o Zoológico de Belo Horizonte foi
inspecionado e aprovado. Porém, não explicou as mortes recentes de gorilas e
outros animais na instituição brasileira.

Ainda de
acordo com o site, o Projeto GAP também teria enviado uma correspondência ao
Projeto GRASP, da ONU, que cuida da proteção dos grandes primatas, para que
interfira nos zoológicos que não respeitam os laços familiares dos grandes
símios e os transferem de local em local como meros troféus para serem exibidos
publicamente.

Para o
coordenador do projeto Manuelzão, o caso
inspira cuidados. “Defendemos o direito dos gorilas de viverem em
liberdade em seus habitats. A partir do momento em que são privados desse
direito a obrigação é oferecer a melhor qualidade de vida e bem-estar possível
a esses animais”, argumenta.

 

* Em relação ao caso, recentemente em
uma matéria esclarecedora, o professor Apólo Heringer, faz um paralelo entre os
zoológicos e os “campos de concentração” espalhados pelo mundo. Para ler
a matéria completa do professor Apólo Heringer, “Zoológicos e Aquários” acesse do lado direito deste site, o link da “Revista Manuelzão”, edição 69, nas
páginas 16 e 17.

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