Reconhecendo microbacias

06/12/2016

Projeto “Agua Nossa” realizado pelo Manuelzão em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte sensibiliza estudantes para conservação de córregos urbanos.

Com a contínua exploração dos recursos naturais, os
impactos ao meio ambiente vêm se tornando cada vez mais intensos. Aquecimento
global, inundações e desmatamentos são apenas algumas das consequências
causadas pelo homem na natureza. Dessa forma, é preciso que a conscientização
ambiental seja cada vez mais eficaz. Na expectativa de poder idealizar esse
pensamento, o Instituto Guaycuí em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte
e o ‘Manuelzão vai à Escola’ criou o projeto “Água Nossa”.

O objetivo do trabalho é fazer com que crianças e
adolescentes das escolas públicas da capital possam conhecer e entender um pouco
mais sobre as microbaciais onde estão inseridos geograficamente e incentivar a
participação de alunos e professores na solução de problemas nas áreas de
saúde, meio ambiente e cidadania.

 O projeto Água Nossa surgiu em abril de 2016 e é
realizado em parceria com 15 escolas municipais e estaduais de Belo Horizonte.
As turmas escolhidas para participar das atividades, foram sugeridas pelas
próprias instituições e seguindo o cronograma do projeto estão visitando
através do Projeto Manuelzão 11 microbacias espalhadas pela capital, colocando
em prática as sete etapas desenvolvidas para beneficiar os alunos.

 

Etapas

 “A primeira etapa se consistiu em um curso de
capacitação para professores e líderes das comunidades. Ainda que sejam
educadores das áreas de biologia e geografia, eles precisavam entender qual era
o foco do nosso trabalho”, esclarece a coordenadora do projeto ‘Água Nossa’, Adriana
Assunção de Carvalho. Segundo ela, a palestra teve quatro focos: a ideia básica
de geoprocessamento; saúde ambiental – tema recorrente no Projeto Manuelzão;
mobilização comunitária, resgatando a atuação dos Núcleos Manuelzão, que atuam
nas comunidades com base nos problemas hídricos localizados próximos às escolas
e a percepção ambiental, um dos trabalhos principais.

Já na segunda etapa, as escolas foram beneficiadas
com palestras para os alunos sobre bacias hidrográficas e temas relacionados
como: afluentes, enchentes e erosões, com foco voltado para os problemas da
região em que a escola está inserida.

A terceira etapa teve como objetivo levar os alunos
às microbacias próximas das escolas. Foram escolhidos lugares preservados e
outros impactados ambientalmente para que os estudantes pudessem ter uma visão
geral do estado biológico da microbacia, respondessem um questionário e no
final elaborassem croquis da expedição.

 De acordo com os professores das escolas parceiras,
são muitos os benefícios que o Projeto Água Nossa traz para a vida dos
estudantes e toda comunidade escolar. ‘O fato de poder colocar em prática, tudo
aquilo que é comentado em sala de aula é um dos melhores benefícios’, afirma o
monitor da Escola Municipal Maria Silveira, Genario Banfi.  Para ele, essas parcerias complementam o que
já é trabalhado em sala de aula. “Com as atividades saímos um pouco da teoria
dos livros e levamos os alunos para conhecerem a realidade, porque muitas
vezes, eles não conseguem observar e relacionar aquilo que está nas páginas dos
livros com o espaço onde vivem”.

Para a quarta etapa do processo, os alunos
precisaram fazer um resgate histórico da região onde vivem. Para isso,
entrevistaram pessoas mais antigas da comunidade, investigando e documentando
sobre o passado de sua microbacia, a fim de entender melhor como a poluição
pôde prejudicar a fauna e a flora nas proximidades dos córregos.

 
O futuro

 A próxima etapa do projeto Água Nossa será realizar
uma oficina de percepção ambiental, na qual os alunos irão fazer a avaliação de
possíveis melhorias nas regiões onde vivem e depois trabalhar as funções e
competências dos órgãos ambientais do município para saberem o que fazer quando
virem um problema e qual a solução.

 Segundo a coordenadora Adriana, a sexta etapa do
projeto se resumirá em um trabalho conjunto com os órgãos ambientais. “Nesse
momento, tentaremos trazer as lideranças comunitárias para dentro das escolas,
pois muitas vezes, são pessoas de influência na comunidade que já lideram
alguns movimentos e já conhecem o melhor caminho para solucionar o problema”,
ressalta. Ainda de acordo com a coordenadora, com o projeto se encerrando em
março de 2017 serão confeccionados em formato digital os croquis que os
estudantes desenharam na terceira etapa. “O intuito é fazer um apanhado de tudo
que foi realizado e elaborar vídeos, banners, mapas e apresentações para
compartilhar com os alunos todo o resultado final dos trabalhos”.

 

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