Samarco admite que barragens correm risco de rompimento

18/11/2015

Diques de rejeitos remanescentes do complexo onde ocorreu desastre estão ameaçados – incluindo o maior deles. Temporada de chuvas aumenta preocupação.

A empresa Samarco, apesar da
defesa contundente do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel – de que
não há problemas com as barragens -, admitiu nesta terça-feira (17) que as duas
represas remanescentes do complexo – Germano, a maior de todas, que contém
rejeitos, e Santarém, que acumula água – correm risco de rompimento.

Como informou a mineradora, o
reparo da primeira vai durar 45 dias, enquanto a segunda, cuja contenção foi
erodida pelo fluxo de lama do desastre, só deve estar completamente reparada em
90 dias.

O fator de segurança da parede
mais frágil da Barragem de Germano é de 1,22, em uma escala cujo ideal é 2, revelou
o engenheiro da mineradora. Para ele, está abaixo do coeficiente de segurança
recomendado, de 1,5, e até do considerado pela empresa aceitável em situações
adversas, que é de 1,3 – a título de comparação, a segurança da Barragem do
Fundão, que se rompeu, era de 1,58, acima do recomendado, segundo o laudo da
última vistoria, realizada em julho e diferentemente do contexto do Fundão, o
problema maior está ligado à erosão, e não propriamente à estabilidade da
barragem. Apesar do ocorrido e da tragédia, diretores da empresa, lamentaram o
desastre, mas disseram que não é caso de pedir desculpas, e sim de verificar o
que ocorreu.

CHUVAS

 Se a preocupação existe e é admitida pela
própria mineradora, as chuvas ainda podem agravar o problema. Segundo o
Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para a região que inclui
Mariana é de chuva moderada, com ocorrência de pancadas, mas pode voltar a
aumentar no fim de semana, com a chegada de uma frente fria que deve durar até
a próxima segunda-feira. A previsão é de um fim de novembro chuvoso.

Segundo especialistas, além do
aumento de risco de rompimento, a chuva pode comprometer o próprio trabalho da
Samarco de reforçar as estruturas. “Se houver um período de chuvas prolongado e
com pancadas fortes, o melhor é retirar todas as pessoas dos locais próximos e
restringir o acesso, pois o risco de fato existe”, alertam especialistas.  

 

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