Seminário alerta para preocupante situação da Serra da Moeda

23/11/2016

O Seminário foi uma primeira ação efetiva de parceria entre os Comitês do Rio das Velhas e Paraopeba. O objetivo foi discutir os potenciais hídricos, as pressões ambientais e os impactos no território dos dois comitês.

Preocupados com a situação do Sinclinal Moeda, os
Comitês das Bacias Hidrográficas do Rio das Velhas e Rio Paraopeba realizaram no
dia 18 de novembro, no auditório da CEMIG, o I Seminário conjunto “Os dois
lados da Moeda – Crescimento Econômico x Produção de Água”. O Seminário foi uma
primeira ação efetiva de parceria entre os dois Comitês, formada desde 29 de
agosto deste ano. O objetivo foi discutir os potenciais hídricos, as pressões
ambientais e os impactos no território de convergência dos dois comitês. “A
iniciativa trata-se de um passo inicial para o processo de construção,
fortalecimento e integração das duas regiões hídricas de Minas Gerais”, afirmou
o presidente do CBH Rio das Velhas, Marcus Vinícius Polignano.

Para ele, a situação do Sinclinal é preocupante e a
realização de ações para preservação da área é fundamental para as Bacias dos
rios das Velhas e Paraopeba. “A RMBH depende 100% dessas bacias. São dois lados
da Moeda, mas que nem sempre dialogam no mesmo sentido. Temos que pensar que a
água que nos abastece vem do entorno de Belo Horizonte e por isso, é necessário
se preocupar com a produção ao redor da capital e, pensar, num rio que tenha
vazão o ano todo. Neste contexto, o Sinclinal cumpre uma função fundamental
para os rios das Velhas e Paraopeba. Não podemos olhar apenas a Serra da Moeda,
mas todo o seu entorno”, disse.


Já para o presidente do CBH Paraopebas, Denes
Marins da Costa Lott, é urgente a necessidade de se tomar medidas efetivas de
ações de preservação das matas ciliares e nascentes da Serra. “Precisamos olhar
o Sinclinal com mais atenção”.

Compartilhamento de ideias

Para a diretora geral do Instituto Mineiro de
Gestão das Águas (IGAM), Maria de Fátima Chagas Dias Coelho, o compartilhamento
das idéias para preservar e revitalizar conjuntamente as bacias é fundamental e
um caminho que deveria ser seguido por outros Comitês. “Essas duas bacias são
importantes para BH e o Rio São Francisco. A iniciativa de um seminário
conjunto é fundamental e mostra maturidade política. È uma experiência que deve
ser levada a outros Comitês, não apenas do nosso Estado, mas do país. Que
consigamos multiplicar esse processo em outros Comitês. Essas propostas
precisam ser aprendidas e reproduzidas”, ressaltou.      

Medidas a serem tomadas

Para Polignano, são muitas as medidas a serem
tomadas. Mas ele destacou que entre elas: é necessário definir uma política
pública de proteção do Sinclinal da Moeda, adotar medidas de proteção e
preservação para evitar riscos ao meio ambiente, definir funções ambientais do
Sinclinal e como preservá-lo e fazer um estudo dos aspectos hidrogeológicos. “O
Sinclinal pertence a sociedade”, revelou. 

O Sinclinal

O
Sinclinal de Moeda está situado na região das nascentes do rio das Velhas (a
leste) e do Paraopeba (a oeste), ambos afluentes da margem direita do Rio São
Francisco. Uma região estratégica em relação aos recursos hídricos por estar
situada a montante da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo o Mapa de
Biomas do Brasil (IBGE 2004), a área encontra-se inserida nos limites do bioma
da Mata Atlântica com o bioma do Cerrado. Também ocorrem encraves de vegetação
do tipo savana gramíneo – lenhosa dentro do bioma da Mata Atlântica na região e
no Mapa de Vegetação do Brasil (IBGE 2004), consta que na região domina a
Floresta Estacional Semidecidual. De acordo com Silva (IBRAM, 2003), 1 bilhão
dos 5 bilhões de metros cúbicos exploráveis das reservas de águas subterrâneas
que o QF apresenta, encontra-se armazenado no Sinclinal Moeda. Ainda segundo
ele, deste total, 4 milhões de metros cúbicos estão associados às formações
ferríferas, o que torna a mineração dessas formações um fator de consideração
em termos de impacto ambiental.

Página Inicial

Voltar