07/05/2025
Evento na Escola de Arquitetura da UFMG reúne pesquisadores, poder público e sociedade civil; coordenador do Projeto Manuelzão participa de uma das mesas
O grupo Natureza Política realizará na Escola de Arquitetura da UFMG nesta quarta, quinta e sexta, 7, 8 e 9, a terceira edição do seminário Natureza Política, com o tema “Mata da Baleia: mudanças climáticas e saúde pública”. Com a proposta de discutir a importância da Mata da Baleia, assentada aos pés da Serra do Curral, para o contexto urbano e a saúde pública em Belo Horizonte, o evento reúne professores, especialistas e lideranças da sociedade civil em duas mesas redondas e uma visita técnica à mata.
As mesas são abertas ao público e haverá emissão de certificado para os presentes. Para a visita técnica, as inscrições devem ser realizadas através deste formulário.
A Mata da Baleia está situada abaixo do alinhamento montanhoso da Serra do Curral, na divisa com o Parque das Mangabeiras. Parte da área foi tornada Parque Florestal Estadual da Baleia já em 1932, sendo a primeira unidade de conservação criada na capital e uma das primeiras do estado. Desde 1944, abriga o hospital de mesmo nome, escolha que levou em conta a qualidade ambiental da região.
“A ideia é entender a relevância da Mata da Baleia como elemento ambientalmente estruturante na paisagem de Belo Horizonte. Ela abriga um dos últimos córregos que tem a maioria do seu leito ainda natural [Navio-Baleia], que está a jusante do Ribeirão Arrudas”, explica a professora da Escola de Arquitetura da UFMG e integrante do grupo Natureza Política, Luciana Bragança.
Luciana realiza a abertura da mesa redonda nesta quarta, 7, às 18h30. O debate também conta com a participação da vereadora de Belo Horizonte Luiza Dulci (PT) e dos professores da UFMG Rogério Palhares, Marina Portugal e Elis Borde, integrante do Observatório da Saúde Urbana da Faculdade de Medicina. A mediação será da gerente do Parque Estadual da Baleia, Laudicena Curvelo.
O Córrego Navio-Baleia tem suas nascentes na Serra do Curral e na mata e flui por aproximadamente 6 quilômetros até encontrar o Arrudas. Geógrafa do Projeto Manuelzão e coordenadora do Subcomitê de Bacia Hidrográfica do Ribeirão Arrudas, Márcia Marques ressalta a importância da Mata da Baleia para a manutenção do córrego. “A mata é a mais preservada das áreas verdes que acompanham os afluentes da margem esquerda do Ribeirão Arrudas, mas não está protegida, porque quase a totalidade da mata em si ficou de fora dos limites do parque”.

Mata da Baleia, aos pés da Serra do Curral, ainda não é totalmente protegida. Mapa: IEF.
A Mata da Baleia funciona ainda como corredor ecológico, integrando o Parque das Mangabeiras e outras áreas verdes situadas abaixo do cume da Serra do Curral, “uma área que deveria ser destinada para uso recreativo da população e contribuir para a saúde física e mental dos moradores de Belo Horizonte e municípios da Região Metropolitana em tempos de emergência climática”, pontua Márcia. A geógrafa destaca que a luta pela limpeza do Córrego Navio-Baleia é de longa data e envolve diversos representantes da comunidade que integram os Núcleos Manuelzão.
Um deles é o cuidador de nascentes do Navio-Baleia, Ernesto Soares da Conceição, o Seu Nonô, conhecido como heroi do Núcleo Navio/Baleia, que participa da mesa redonda na quinta, 7, às 18h30. Também estarão presentes o coordenador do Projeto Manuelzão, Marcus Vinícius Polignano; a moradora do Quilombo Manzo Ngunzo Kaiango, Joana D’arc da Silva e a coordenadora especial de mudanças climáticas da Prefeitura de Belo Horizonte, Taíza de Pinho Barroso Lucas. A professora Marcela Brandão, integrante do grupo Natureza Política, mediará as discussões.
Mais informações sobre os debatedores e as atividades do Natureza Política podem ser acessadas no perfil no Instagram e no site do grupo.