Sinal amarelo se acende na Bacia do rio Velhas

29/10/2013

Cianobactérias dominaram a paisagem do Rio das Velhas de Santana de Pirapama até o encontro com o Rio São Francisco em cerca de 300 quilômetros, de agosto a setembro de 2012.

Ambientalistas se disseram preocupados com a situação do
Rio das Velhas de Santana de Pirapama, na região metropolitana de Belo
Horizonte, até sua foz, onde deságua no rio São Francisco, um dos principais do
país. O problema seria a proliferação sem controle e desgovernada de
cianobactérias, um tipo de alga verde, que já toma boa parte do rio.

As principais fontes dessa contaminação e enriquecimento
da proliferação das cianobactérias têm sido identificadas como sendo as
descargas de esgotos domésticos e industriais dos centros urbanos e das regiões
agricultáveis, o que consequentemente causa impactos antrópicos nos ecossistemas
aquáticos, é o que informa um levantamento publicado recentemente pela Fundação
Nacional de Saúde (FNS) e disponibilizado pelo Centro Nacional de Epidemiologia
(Cenepi) por meio da coordenação geral de Vigilância Ambiental em Saúde (CGVAM)
– Cianobactérias Tóxicas na Água para Consumo Humano na Sáude Pública e
Processos de Remoção em Água para Consumo Humano. Segundo o estudo, a
ocorrência de acelerados processos de eutrofização está causando um
enriquecimento artificial desses ecossistemas pelo aumento das concentrações de
nutrientes na água, principalmente compostos nitrogenados e fosfatados, que
resulta num aumento dos processos naturais da produção biológica em rios, lagos
e reservatórios.


 
Sinal amarelo

A situação deixa em alerta e acende o sinal amarelo na
Bacia do rio das Velhas. Em um recente sobrevôo sobre a Bacia e após receber
denúncias de moradores e ribeirinhos sobre o sumiço de peixes e o constante
esverdeamento das águas do rio, o coordenador do Projeto Manuelzão e presidente
do Comitê da Bacia de mesmo nome, Marcus Vinícius Polignano, constatou que
realmente essa é uma realidade presente no Velhas. O vôo que seguiu o curso d’água,
em fotos, revelou que a situação é mais preocupante de Santana de Pirapama, que
fica a 137 km
de Belo Horizonte à voz do rio até seu encontro com o rio São Francisco, em cerca
de 300 quilômetros.  

A preocupação dos ambientalistas, como esclarece Polignano
é que a eutrofização artificial produz mudanças na qualidade da água incluindo
a redução de oxigênio dissolvido, da biodiversidade aquática, perda das
qualidades cênicas, morte extensiva de peixes e aumento da incidência de
florações de microalgas e cianobactérias.

Essa realidade atual do Rio das Velhas, como ressaltam
especialistas, é o que acontecerá em muitos outros rios brasileiros caso não sejam
realizadas ações para conter a proliferação. O assunto preocupa o coordenador
do projeto Manuelzão, Marcus Polignano que alerta. “A principal preocupação com
o aumento da ocorrência de florações de cianobactérias em mananciais de
abastecimento de água é a capacidade desses microorganismos produzirem e
liberarem para o meio líquido toxinas (cianotoxinas) que podem afetar a saúde
humana, tanto pela ingestão de água como por contato em atividades de recreação
no ambiente”.

 

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