Só meio caminho andado

21/06/2011

Bacia de contenção do Engenho Nogueira já está funcionando, mas obras de esgoto ainda não foram concluídas

Quem
passa próximo ao Anel Rodoviário, na região Noroeste de Belo Horizonte, consegue
sentir um cheiro forte de esgoto e pode pensar que vem da bacia de contenção de
cheias do Córrego Engenho Nogueira, construída recentemente. Mas a bacia não
tem nada a ver com isso. Ela foi projetada pela Universidade Federal de Minas
Gerais para reter e escoar a água das chuvas e já está em funcionamento desde o
ano passado: foi inaugurada em dezembro, após dois anos de construção.


Projetada pela UFMG, bacia foi construída pela Prefeitura de BH para a contenção de cheias e está em funcionamento desde o ano passado

O mau cheiro tem outra origem
e, segundo a Copasa, era até esperado. “É normal porque
as obras de esgoto ainda não estão concluídas. Quando estiverem, esse mau cheiro
no local será eliminado”, concorda o coordenador executivo do Programa de
Recuperação Ambiental da Prefeitura de Belo Horizonte (Drenurbs), Ricardo
Aroeira. O Drenurbs foi o responsável pela implantação da bacia de contenção e
a próxima etapa das obras na Bacia do Engenho Nogueira está em andamento: a
adequação dos sistemas de esgotamento sanitário já existentes e a instalação de
coletores e interceptores ao longo do Córrego. 
Essas obras sim são a causa do mau cheiro observado nos arredores da
bacia.

Os investimentos
estão sendo feitos pela Prefeitura, que, posteriormente, será ressarcida pela
Copasa. A Companhia, por sua vez, aprovou os projetos elaborados e agora
acompanha a execução das obras – que devem ser concluídas até julho. A partir
daí, a Copasa será responsável pela operação do sistema implantado. “Encerrada
a obra, não haverá mais lançamento de esgoto no Córrego, a não ser eventuais
ligações clandestinas que periodicamente temos de identificar e sanar, em
parceria com a Copasa”, diz Aroeira.

Bacia pronta não é 100%

          A bacia
de contenção tem a capacidade de represar 95
mil m³ de água
– o que equivale a 35 piscinas olímpicas. O objetivo é evitar que a capacidade
de vazão dos rios seja ultrapassada, reduzindo os riscos de alagamentos na região
da Pampulha. Segundo o engenheiro civil do Departamento
de Gestão Ambiental da UFMG, Fausto Orlando de Pársia, o projeto feito pela Universidade
foi incorporado pela Prefeitura de Belo Horizonte. A UFMG tomou essa iniciativa
devido aos frequentes problemas com enchentes no campus. Além da área da
Universidade, outras regiões na Bacia do Engenho Nogueira também eram afetadas
por alagamentos. E o problema ia ainda mais longe, a exemplo da inundação na
Avenida Cristiano Machado, em novembro do ano passado.

          Segundo Ricardo Aroeira, a bacia
reduziu as enchentes na região, no período chuvoso de 2010/2011. Mas Fausto
destaca que a intervenção não elimina a possibilidade de enchentes, apenas
diminui sua frequência. Se as inundações eram anuais, por exemplo, podem passar
a ser de cinco em cinco anos. Segundo ele, o risco normalmente persiste em
qualquer sistema de canalização. “É praticamente impossível fazer uma obra de
drenagem que garanta o fim dos problemas de inundação. Ela teria custos
inviáveis”, explica.

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