Sociedade cobra de vereadores esclarecimentos sobre a construção da barragem de Fazenda Velha, em Rio Acima

26/07/2017

A barragem preocupa devido a área prevista para abrigar a gigantesca estrutura ficar próxima ao sistema de captação de águas do Rio das Velhas.

O projeto de construção de uma
barragem de rejeitos na localidade de Fazenda Velha, em Rio Acima, anunciado
pela mineradora Vale S.A foi tema de uma Audiência Pública que envolveu
sociedade civil e a Comissão de Meio ambiente, na última terça-feira (25), na
Câmara Municipal de Belo Horizonte.

A barragem preocupa a população
local e ambientalistas devido a área prevista para abrigar a gigantesca
estrutura ficar próxima ao sistema de captação de águas do Rio das Velhas,
responsável por 70% do abastecimento hídrico da capital.

Os ambientalistas e vereadores lamentaram
a ausência do Ministério Público e da empresa na audiência o que, segundo eles,
sinalizou descaso pelos riscos reais trazidos pela estrutura. Integrantes lamentaram
também os retrocessos promovidos pela gestão Pimentel, que vem favorecendo cada
vez mais a exploração predatória, o  desmanche da força-tarefa, o perdão das multas
e a ausência de consequências para os responsáveis pelo crime ambiental  ocorrido no Rio Doce. 

Degradação da área e risco de
tragédias

Segundo Maria Tereza Corujo, representante
do Movimento Águas do Gandarela, o licenciamento para a implantação da barragem
de rejeitos na Fazenda Velha já teria sido solicitado pela Vale. O professor Paulo
Rodrigues também esteve presente e destacou através de mapas e dados numéricos as
áreas mais afetadas, os riscos ecológicos e humanos diretos e indiretos
inerentes à atividade mineradora e à armazenagem de rejeitos e o número de
pessoas potencialmente atingidas por eventuais vazamentos e desmoronamentos,
além das ações e mobilizações já realizadas ou em andamento em prol da
preservação das riquezas naturais do estado. “ É fundamental que as pessoas se
conscientizem do problema que será criado com a construção da barragem. Não
podemos deixar que aconteçam novas Marianas”, disse Erick Sangiorgi, integrante
do Mnuelzão.

Encaminhamentos

Ao final dos debates foi encaminhada
a criação de um grupo, composto de representantes dos órgãos e entidades
participantes da audiência pública, com a finalidade de acompanhar os
andamentos referentes ao assunto e coordenar forças com outros municípios
envolvidos, no intuito de exercer pressão sobre as instâncias responsáveis pelo
licenciamento.

Cópias da ata da Audiência Pública
também foram encaminhadas aos governos municipal e estadual, Copasa, secretarias
e conselhos pertinentes e promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público e
para os municípios inseridos na área ameaçada. 

 

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