Solução que vem do Velhas

15/10/2010

Sete Lagoas pode contar com captação do Rio das Velhas para melhorar o abastecimento de água.

Apesar de o nome nos remeter à abundância de água, o
município de Sete Lagoas possui deficiências quanto ao abastecimento do
recurso. A coordenadora do Subcomitê de Bacia Hidrográfica do Ribeirão
Jequitibá e moradora da cidade, Eloise Guimarães, afirma que há falta de água
em alguns bairros: “sei de colegas que tem que ir à casa de parentes no fim do
dia para tomar banho”.

Atualmente, toda a água que abastece Sete Lagoas é
captada no subterrâneo por meio de poços profundos, contabilizando ao todo 96.
Segundo a engenheira do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sete Lagoas
(SAAE), Maria Fátima L’Abbate, a dependência exclusiva
de águas subterrâneas é preocupante, já que o município está localizado em uma
região cárstica e não há ainda um conhecimento real da situação do subsolo. Para
uma maior segurança, o SAAE fará um estudo hidrogeológico que além de
apresentar as condições do solo e a disponibilidade de água no subterrâneo,
servirá para regularizar poços que ainda não foram outorgados junto ao
Instituto de Gestão das Águas de Minas Gerais. 


Rio das Velhas em sua passagem por Funilândia (Foto: Marcelo Andrê)

A alternativa encontrada para não depender dos poços
é implantar um Sistema Misto de abastecimento, que contará com captação da água
do Rio das Velhas. Segundo o SAAE, a água será captada no município de
Funilândia, na região do médio Velhas, onde haverá também uma Estação de
Tratamento de Água. Diferentemente das que serão captadas do Velhas, as águas
retiradas do subsolo não passam por um tratamento, apenas por um processo de
cloração.  

O projeto, orçado em cerca de 70 milhões, ainda será
licitado e é parte do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal
para Sete Lagoas. Ele será financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
(BNDES) juntamente com a Prefeitura. De acordo com Maria Fátima, o Sistema Misto vai
atender a 378.000 habitantes, trazendo um “alívio” para o aquífero
subterrâneo e garantindo sua recarga.

O
coordenador do Projeto Manuelzão, Marcus Vinícius Polignano, sugere que a água
seja captada não em Funilândia, mas sim no trecho do Rio Jequitibá em que o
esgoto de Sete Lagoas é lançado. Essa seria uma forma de pressionar o município
a tratar o esgoto, visto que a cidade não possui nenhuma Estação de Tratamento.

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