Subcomitê visita médio Ribeirão da Mata

13/12/2013

O Subcomitê de Bacia Hidrográfica do Ribeirão da Mata visitou três Unidades de Conservação localizadas no médio curso. Um relatório-diagnóstico foi elaborado.

Foram visitadas o Monumento Natural
Estadual Lapa Vermelha, situado no divisor de águas entre o Ribeirão da
Mata e o Carste, em Pedro Leopoldo, ao lado da cidade de Confins; o
Parque estadual Serra do Sobrado localizado nos municípios de São José
da Lapa e Pedro Leopoldo bem ao lado da Calha do Ribeirão da Mata e o
Refúgio de Vida Silvestre Estadual Serra das Aroeiras situado próximo ao
parque entre o Ribeirão Areias e o Ribeirão das Neves.

As
atividades envolveram 20 pontos de paradas marcados em coordenadas
geográficas, onde eram observadas as pressões antrópicas – pressões
resultantes das atividades humanas – e os pontos ainda positivos
existentes na paisagem identificando possíveis corredores ecológicos.
Todos faziam suas anotações que resultará em um relatório-diagnóstico do
SCBH Mata.

Realizada no dia 6 de dezembro, a visita constatou
alguns fatos preocupantes; como o assoreamento que as obras do entorno
do Monumento estão provocando na Gruta Lapa Vermelha, local que fica ao
lado de onde foi escavado o fóssil de Luzia que possui datação
confirmada de 11 mil e 500 anos e está no centro do debate antropológico
do entendimento da distribuição histórica e da ocupação humana no
planeta. Também impressiona a quantidade de bota-fora por todas as
estradas da bacia, que demonstra a falta de gestão adequada dos resíduos
sólidos e a inexistência de fiscalização e punição doas infratores.
Outro ponto preocupante é o aterramento das áreas de expansão do rio, em
sua cheia atingindo suas APPs e provocando estreitamento da calha, o
que certamente irá refletir no aumento das inundações na cidade de
Vespasiano.

Este aterramento está acontecendo em torno do médio Ribeirão
da Mata de Pedro Leopoldo a Vespasiano repetindo o erro de se prensar
um rio até chegar a soluções duvidosas das avenidas sanitárias e
boulevard que não passam de ações de tamponamento de erros da falta de
planejamento de ocupação ambientalmente corretas com respeito à
natureza. O pior disso tudo é que no ribeirão da mata isto tem sido
feito em função de distritos industrias e que provavelmente provocarão
prejuízos futuros para a sociedade que pagará a socialização do dano às
vezes com perda de suas moradias e com a própria a vida, foi possível
constatar os danos das minerações de areia e argila e as pressões dos
parcelamentos do solo, que a proximidade de Belo Horizonte aliada ao
projeto de desenvolvimento do Vetor Norte aceleram e que acentuam a
falta de planejamento integrado e sustentável.

Vimos repetir os mesmos
erros que fizeram de Belo Horizonte um maciço de concreto e asfalto
insustentável ambientalmente, com ocupação de Áreas de Proteção
Permanente das beiras dos cursos d’água e encostas íngremes, o que torna
estes locais áreas de riscos de inundações e de desabamentos, com
custos e prejuízos que se repetem ad infinito e com perdas de vidas
humanas repetidas vezes.

Mas não são só danos que se vê, a
existência destas Unidades de Conservação mostra que a bacia ainda
possui muitos remanescentes florestais, que se pensados como importantes
e aliado à possibilidade de ser interligadas por corredores ecológicos e
principalmente usando as APPs do cursos d’água teremos, num futuro
próximo, modelo diferenciado e mais sustentável do que o utilizado na
capital onde tudo foi impermeabilizado e nenhuma preocupação com a
produção de água tão importante a vida nem com a biodiversidade. Estas
UCs, criadas como condicionantes do Centro Administrativos precisam ser
agora efetivadas, com a permanência constante de seus gerentes no local,
programa de regulação fundiária, implantação dos conselhos, programas
de combate a incêndio e de comunicação, educação ambiental e
relacionamento com as comunidades do entorno e as que ainda moram em seu
interior.

Podemos construir um modelo diferente, em que a
sustentabilidade e o desenvolvimento sejam integrador de pessoas,
instituições e a natureza, chegando à nossa bandeira como “ordem e
progresso” reais.

Texto: Procópio de Castro
Coordenador Geral do SCBH Rib. Mata
Mobilizador do Projeto Manuelzão

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