25/03/2025
O Jornal Nacional apresentou os dados reunidos pelo projeto para 2024; coordenador do Manuelzão, Marcus Polignano falou com a reportagem
Na última sexta-feira, 21, véspera do Dia Mundial da Água, o Jornal Nacional da TV Globo exibiu uma reportagem sobre a redução acelerada das reservas de água doce no Brasil no último ano. Dados do projeto MapBiomas revelam que o país perdeu, apenas em 2024, 400 mil hectares de superfície hídrica – o equivalente a 12 vezes a área de Belo Horizonte. Em comparação com a média dos últimos 40 anos, o ritmo da diminuição acelerou em 3,4%.
O Pantanal é o bioma que mais perdeu superfície de rios, lagos e lagoas, registrando cobertura de água 61% abaixo da média histórica, cenário agravado por incêndios florestais e estiagens prolongadas. Na Amazônia, as secas extremas encolheram em 3,6% a cobertura hídrica do bioma. No Cerrado, o destaque é uma inversão preocupante em que os reservatórios artificiais, usados por hidrelétricas, agricultura e mineração, agora superam a área de rios e lagoas, que antes predominavam.
Na Bacia do Rio das Velhas, responsável pelo abastecimento de 45% da Região Metropolitana de Belo Horizonte, a situação também é crítica. A destruição de áreas de mananciais e de recarga hídrica pela mineração, além do desmatamento de matas ciliares e da impermeabilização do solo nas cidades, são os fatores preponderantes nas perdas”.
O professor Marcus Vinícius Polignano, coordenador do Projeto Manuelzão da UFMG e vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), falou com a reportagem do Jornal Nacional. Representando o CBHSF, Polignano participou na manhã de sexta do lançamento do novo módulo do MapBiomas para bacias hidrográficas, que integra dados para auxiliar na gestão dos comitês de bacias.
Os números do MapBiomas derrubam o mito da abundância de água no Brasil. O país já perdeu 15% de suas áreas naturais cobertas por água, e especialistas alertam que a combinação de mudanças climáticas, desmatamento, mineração e urbanização desordenada pode levar a crises hídricas sem precedentes. Enquanto padrões de chuva se alteram e secas se intensificam, a necessidade de ações concretas para preservação dos recursos hídricos se torna cada vez mais urgente.
Assista à reportagem na íntegra: