Velho Chico em debate

06/07/2012

CBH São Francisco promove Plenária em Belo Horizonte

O Projeto Manuelzão e o Instituto Guaicuy participaram da XXI Plenária
Ordinária do Comitê da Bacia do Rio São Francisco, realizada em Belo
Horizonte nos dias 04 e 05 de julho. Durante a sessão, os membros do CBH
São Francisco debateram a implementação e o funcionamento das Pequenas
Centrais Hidrelétricas (PCHs) na Bacia, as obras de recuperação
hidroambiental do Rio, e as estratégias que podem ser utilizadas para
que a população ribeirinha consiga conviver com a estiagem, que atinge
grande área da região do Velho Chico, entre outros assuntos relacionados
à gestão dos recursos hídricos.
A questão das PCHs na Bacia do São Francisco foi bastante discutida
durante a Plenária. Um grupo de trabalho foi criado para propor uma
resolução do Comitê a respeito desse assunto, que deve ser extensiva a
todos os afluentes do Rio. Para o coordenador do Projeto Manuelzão,
Marcus Vinícius Polignano, a falta de uma clareza em relação à matriz
energética do Brasil compromete a vitalidade do Velho Chico. “Os
empreendimentos energéticos são colocados de uma forma aleatória, sem
estudos de impacto ambiental mais efetivos”, afirma.
Os membros do CBH São Francisco também decidiram sobre a execução das
obras de recuperação hidroambiental que o Comitê, através da Associação
Executiva de Apoio à Gestão de Bacias Hidrográficas Peixe Vivo,
realizará no Rio no segundo semestre deste ano. A verba para a
elaboração desse projeto provém da cobrança pelo uso da água do Velho
Chico. Polignano acredita que o montante de recursos da Bacia, que gira
em torno de R$ 40 milhões por ano, não é suficiente para ser aplicado em
obras necessárias para a revitalização do São Francisco. Apesar disso, o
coordenador do Manuelzão defende que essa verba não deve ser
direcionada somente para projetos hidroambientais pontuais e para a
elaboração de planos de saneamento na área do Rio, como ocorre
atualmente. “Agora, a gente quer que esses recursos sejam aplicados
também em atividades de pesquisa e monitoramento, que ajudem o Comitê a
tomar decisões mais estratégicas”, ressalta.
Outro tema debatido na sessão foi o planejamento de estratégias de
convivência dos habitantes da Bacia com a estiagem, que acarreta
impactos em grande parte da região do Rio. Com o objetivo de se propor
ações importantes para o semiárido, um outro grupo de trabalho do CBH
São Francisco foi criado. Também foram apresentados projetos que visam
diminuir os efeitos da estiagem para a população do Velho Chico. Um
deles, desenvolvido no estado de Alagoas, estabelece a interligação
entre os reservatórios de água de grande porte, fazendo com que as
adutoras atravessem várias partes do território da Bacia.
Na opinião de Marcus Vinícius Polignano, a XXI Plenária Ordinária do
Comitê da Bacia do São Francisco foi produtiva, pois instituiu
resoluções que devem ser respeitadas em toda a área do Rio. “O CBH São
Francisco tem que tomar decisões políticas, e fazer com que essas
decisões reverberem na sociedade, que só tem a ganhar com isso”, destaca
o coordenador do Projeto Manuelzão.

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