11/08/2011
Palestrantes destacam importância e complexidade da gestão de bacias hidrográficas na abertura do evento
“Estamos
aqui para pensar em um conhecimento transdisciplinar e a bacia hidrográfica se
mostrou um território extremamente fértil para esse debate”. A fala do
professor Marcus Vinicius Polignano, coordenador do Projeto Manuelzão, ilustra
os objetivos do “ Workshop Gestão de Bacias Hidrográficas: bases teóricas,
política pública e ações transdisciplinares”, iniciado na manhã desta
quinta-feira, 11 de agosto, no auditório da Reitoria da Universidade Federal de
Minas Gerais.
Público na abertura do Workshop
Além
do coordenador do Projeto Manuelzão, compuseram a mesa de abertura do evento o Pró-reitor
de Pós-Graduação, Ricardo Santiago Gomez, representando o reitor da UFMG,
Clélio Campolina Diniz, o Pró-reitor de Pesquisa, Renato de Lima Santos, o diretor do Instituto de Ciências Biológicas, Tomaz
Aroldo da Mota Santos, o coordenador do evento e do Programa de pós-graduação
em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre, Marcos Callisto, e o presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica
do Rio São Francisco (CBHSF) Geraldo José dos Santos.
O
presidente do CBHSF destacou a importância das parcerias para viabilizar a
gestão de bacias hidrográficas e o papel do conhecimento para viabilizar essas
ações. O Pró-reitor de Pós-Graduação, Ricardo
Santiago Gomez, enfatizou que a universidade se destaca na formação de
pesquisadores, mas que ela ainda se dá
de maneira fortemente disciplinar, “mas os problemas, os grandes temas não são
disciplinares”.Para ele, ainda que de maneira tímida, as instituições de ensino,
pesquisa e as agências de fomento estão desenvolvendo abordagens mais
abrangentes.
Mesa de abertura do workshop
Experiências
No
início do workshop o professor João Carlos Marques, da Universidade de Coimbra,
fez palestra mostrando a relação entre biodiversididade, resiliência ecológica (capacidade que um
sistema teria de receber perturbações e
mesmo assim regenerar-se e reorganizar-se) e sustentabilidade na gestão de
ecossistemas. Marques é biólogo, especialista
em “processos biológicos e ecológicos em ecossistemas aquáticos e em avaliação
da qualidade ambiental”. Foi presidente e é o atual vice-presidente do Instituto
de Investigação Marinha – IMAR, criado em 1991, como uma organização privada
sem fins lucrativos por universidades em Portugal que realizar pesquisas em
Ciência e Tecnologia Marinha em uma abordagem transdisciplinar. Atualmente coordena
a pesquisa “Corpos de Água na Europa: sistemas integrativos para
avaliar o estado ecológico e recuperação”.
Em
seguida, o professor de Ecologia Manuel Augusto Simões Graça, também da Universidade
de Coimbra,falou da “Directiva Quadro da Água na União Européia”. A diretiva é
uma política desenvolvida pelos países da comunidade européia visando regular a
questão da água na região “com vista a uma melhoria da proteção dos meios
hídricos da Comunidade, de modo a promover o uso sustentável da água, proteger
os ecossistemas aquáticos e os ecossistemas terrestres e zonas húmidas diretamente
associados e salvaguardar as futuras utilizações da água”. Simões Graça fez uma
apresentação da situação geral na Europa, das metodologias, indicadores e
programas de monitoramento construídos a partir dessa ação.
Professor João Carlos Marques, da Universidade de Coimbra
A
primeira seção do workshop encerrou-se com a palestra de Marcos Callisto, que
fez um relato das experiências no Projeto Manuelzão de Biomonitoramento
Bacia Hidrográfica Rio das Velhas. O professor destacou a articulação das diferentes
iniciativas, a natureza transdisciplinar do trabalho e a importância de
articular as pesquisas ao esforço de mobilização social e educação ambiental.
O workshop é
uma iniciativa conjunta do Programa de pós-graduação em Ecologia, Conservação e
Manejo de Vida Silvestre da UFMG e do Projeto Manuelzão/UFMG, e tem o apoio do
Programa de pós-graduação em Ecologia da UFLA, AGB Peixe Vivo, CBH Rio das
Velhas, SECTES-MG, CNPq, FAPEMIG e CAPES.