06/08/2025
Pinturas, gravuras, fotografias e instalações de 11 artistas e um coletivo de mulheres compõem “Paisagens Mineradas”, em exibição na Funarte MG até 8 de agosto
A Funarte de Minas Gerais, no Centro de Belo Horizonte, abriga até esta sexta-feira, 8, a exposição “Paisagens Mineradas: marcas no corpo-território”. Aberta em 5 de julho, a mostra apresenta obras sobre os impactos do extrativismo minerário no Brasil. A Funarte, sediada na rua Januária, 68, pode ser visitada das 9h às 22h. A exposição tem entrada gratuita e recursos de acessibilidade, incluindo equipe educativa e audioguia.
Realizada pelo Instituto Camila e Luiz Taliberti, com curadoria de Isadora Canela, a exposição reúne obras de 11 artistas e um coletivo de mulheres que abordam consequências da mineração no ambiente e na vida de comunidades à sua volta, além de caminhos alternativos ao modelo extrativista que se renova e perpetua. A itinerância já passou por São Paulo, Belém e Ouro Preto.
A partir de pinturas, gravuras, videoarte, instalações e fotografias, a mostra traz à luz a memória das vítimas dos rompimentos de barragens em Mariana, em 2015, e em Brumadinho, em 2019, ao mesmo tempo em que propõe um diálogo sobre possibilidades para o futuro. Participam Beá Meira, Coletivo ASA (Associação de Senhoras Artesãs de Ouro Preto), Isis Medeiros, Julia Pontés, Murapyjawa Assurini (representando o Coletivo Kujÿ Ete Marytykwa’awa), Keyla Sobral, Lis Haddad, Luana Vitra, Mari de Sá, Shirley Krenak, Silvia Noronha e a própria curadora Isadora Canela.
Em conjunto, as artistas elaboram narrativas críticas aos pressupostos da lida com o ambiente que imperam até dias atuais. “Não tem como a gente falar de exploração ambiental, de mudanças climáticas, sem falar em racismo, sem falar em patriarcado, porque no fundo é a mesma tentativa de transformar o outro no outro para que ele possa ser explorado”, afirma Isadora. “Seja uma montanha ou seja uma mulher, a gente é colocado nesse lugar de corpo-objeto a ser explorado”.
Em Belo Horizonte, cercada pela Serra do Curral, a mostra se reveste de novos sentidos. Símbolo e patrimônio natural mais distinto da capital, a serra, em vez de ter sua preservação integral efetivada por um tombamento estadual, corre risco de dar lugar a um grande empreendimento de extração de minério de ferro e convive cotidianamente com idas e vindas da exploração ilegal.
“Paisagens Mineradas” recebe visitantes até esta sexta-feira, 8, na Funarte MG, que fica rua Januária, 68, no Centro de BH. O horário de funcionamento é das 9h às 22h.
Criado com o objetivo de ampliar o debate sobre os impactos da mineração e conectar territórios afetados pela atividade, o instituto promove ações culturais e de sustentabilidade para alertar a sociedade para efeitos da mineração predatória. O nome referencia a memória dos filhos da presidente Helena Taliberti, vítimas do rompimento da barragem Córrego do Feijão, em Brumadinho, em 2019.