Fleurs tem sinal verde do governo de Minas para licença na Serra do CurralProjeto Manuelzão

Após 17 crimes ambientais, Fleurs tem sinal verde do governo de Minas para licença na Serra do Curral

26/06/2024

Órgão ambiental estadual sugere anuência de 6 anos para atuação da mineradora; pedido será votado pelo Conselho Estadual de Política Ambiental nesta sexta, 28

Extração ilegal da Fleurs na Serra do Curral, às margens do Velhas, flagrada em junho de 2020. Foto: Reprodução MovSAM.

A Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) emitiu parecer pelo deferimento do pedido de licenciamento de uma planta de beneficiamento de minério da Fleurs na Serra do Curral. Seguindo o script, o pedido será votado pela Câmara de Atividades Minerárias (CMI) do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) nesta sexta-feira, 28, a partir das 9h.

O órgão do governo de Minas não se constrangeu com o fato de que a Fleurs acumula 17 autuações por crimes ambientais na área e é ré na Justiça Federal por um esquema de mineração ilegal que causou prejuízo ambiental e aos cofres públicos de R$ 50,7 milhões, apenas ente fevereiro e julho de 2020.

Também não pesou o fato de que um sócio da mineradora, o deputado João Alberto Paixão Lages, tenha sido indiciado pela Polícia Civil por coação e injúria à secretária de Meio Ambiente, a quem chamou de “ilustre secretária de merda nenhuma” e cobrou para acelerar o processo de licenciamento.

No bojo das ameaças à servidora no posto mais elevado da estrutura ambiental do estado, o Ministério Público de Minas de Minas Gerais (MPMG) pediu à Justiça a suspensão do licenciamento solicitado pela mineradora e o bloqueio de R$ 30 milhões para assegurar a reparação dos danos ambientais.

A ação foi acatada em primeira instância, mas logo revertida pelo desembargador Carlos Levenhagen, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Agora, a Fleurs tem caminho livre para licenciar e operar por 6 anos uma planta de beneficiamento de minério às margens do Rio das Velhas, na divisa entre Raposos, Sabará e Nova Lima, na Grande BH.

Na CMI do Copam, a disparidade de forças entre o poder econômico e a sociedade civil é tamanha que análises apontam uma taxa de 95% de aprovação dos empreendimentos, geralmente em votações encerradas em 10×2, 9×3, 8×4 em dias de disputa “acirrada”. Veja a composição da CMI no Copam.

Apesar dos constrangimentos à ampla participação, você pode se inscrever para falar na reunião, uma hora antes de seu início. Na sexta, entre 8h e 9h será disponibilizado o formulário de inscrição na descrição do vídeo da transmissão, que é hospedado no canal no YouTube das reuniões do Copam. Inscreva-se no item de pauta 11.1, referente ao processo da Fleurs.

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