Início da vacinação no Brasil renova esperança em meio à tragédia diária - Projeto ManuelzãoProjeto Manuelzão

Início da vacinação no Brasil renova esperança em meio à tragédia diária

18/01/2021

Mulher, negra e profissional de saúde, Mônica Calazans foi a primeira pessoa vacinada, após a Anvisa aprovar o uso emergencial de duas vacinas no país

Se a última semana foi, em sua maior parte, marcada por eventos trágicos relacionados à pandemia de covid-19 no país, a tarde deste domingo, 17, trouxe esperança aos brasileiros em meio à escuridão. Após a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o uso emergencial das vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca, foi dado o pontapé simbólico para a vacinação da população no Brasil.

Em cerimônia realizada no Hospital das Clínicas de São Paulo, a enfermeira Mônica Calazans, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, recebeu uma dose da Coronvac, ao lado do governador João Dória (PSDB). Também na tarde de domingo, o atual Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, declarou que as vacinas começarão a ser enviadas para os estados nesta segunda-feira, 18, e a campanha nacional de imunização começará na quarta, 20.

A Coronavac é desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, do governo do estado de São Paulo. Já o imunizante da Universidade de Oxford com a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca é feito em parceria com a (Fiocruz), do governo federal.

Até o momento, o país possuí disponíveis para aplicação imediata seis milhões de doses da Coronavac importadas da China em 2020. Após sucessivos atrasos na entrega, o governo federal ainda negocia a importação de duas milhões de doses prontas da vacina Oxford/AstraZeneca fabricadas na Índia.

Vacina não será solução imediata

A vacinação teve início em meio ao total descontrole dos rumos da pandemia no país. Logo nos primeiros dias do ano, o Brasil registrou uma média móvel de 1.016 mortes por covid-19, a maior desde o dia 10 de agosto de 2020. Para especialistas, os números catastróficos são consequência do relaxamento das medidas de distanciamento social, observado sobretudo entre o período eleitoral e as festas de fim de ano.

No estado do Amazonas, em especial em sua capital Manaus, a situação do sistema de saúde chegou ao colapso não só pela assombrosa lotação das UTIs como também pela falta de oxigênio. A situação dramática levou autoridades locais à implementação de toque de recolher, entre 19h e 6h, na capital amazonense.

Em Minas Gerais, a situação também é alarmante. Na última sexta-feira, 15, o estado registrou 9.120 casos de covid-19 em 24 horas, maior número desde o início da pandemia, de acordo com o boletim da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.

Na reunião em que liberou o uso emergencial das vacinas, o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, afirmou que o combate à covid-19 não depende apenas dos imunizantes. “A nossa melhor chance nessa guerra passa obrigatoriamente pela mudança de comportamento social, sem a qual, mesmo com vacina, a vitória não será alcançada”, alertou. Torres destacou a importância de medidas preventivas como o uso de máscaras, distanciamento social e álcool em gel, mesmo depois da vacinação.

De acordo com o governo federal, é provável que a vacinação só alcance a totalidade da população em 2022.

O Projeto Manuelzão reforça as recomendações das agências sanitárias para que a população respeite as medidas de isolamento social, utilize máscara sempre que sair, evite aglomerações e higienize as mãos com água e sabão ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas.

O cuidado com todos a nossa volta ainda não terminou!

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