02/06/2023
Contribuindo com as reflexões na data, Manuelzão abriga a exibição de estreia do filme Água de Minas, de Vinicius Parizzi, e associa-se à exposição Cartão-postal, de Marcelo Ab
Em 5 de junho, próxima segunda-feira, celebra-se o Dia Mundial do Meio Ambiente. Em meio à emergência climática e à acelerada degradação da vida na Terra, a data marca a urgência de uma reflexão coletiva sobre a preservação e recuperação do meio ambiente e a necessidade de reimaginar drasticamente nossa relação com ele. Uma relação em que a natureza não seja entendida simplesmente como fonte de recursos, mas como meio essencial à vida e à diversidade biológica, com sua rica e dinâmica teia de relações interespecíficas.
Para contribuir com as reflexões nessa data, o Projeto Manuelzão tem o prazer de promover dois eventos. No auditório da Faculdade de Medicina da UFMG, abrigaremos a exibição de estreia do documentário Águas de Minas, dirigido por Vinicius Pirizzi, que aborda passado, presente e futuro dos rios mineiros. Já a exposição Cartão-postal, do artista plástico Marcelo AB, na Singular Galeria de Arte, reúne 18 obras em uma declaração de amor conjunta à Serra do Curral.
A paisagem natural mais expressiva de Belo Horizonte é a grande personagem da exposição Cartão-postal, do artista Marcelo AB, que retrata a natureza e a simbologia da Serra do Curral, em uma série de desenhos em lápis de cor.
Cartão-postal é o desdobramento de um trabalho desenvolvido por Marcelo em 1976, quando participou do 8º Salão de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte. Na oportunidade, sua obra sobre a interferência na Serra do Curral, após ser selecionada pela comissão julgadora, foi posteriormente censurada e retirada da mostra. O artista manipulou o desenho que estampa o brasão da capital, composto pelo Pico Belo Horizonte, ponto mais alto da Serra do Curral, com o sol e o céu azul ao fundo. O topo da serra foi retirado, junto da palavra “Belo”, restando apenas o “Horizonte”.
Díptico 3, um dos trabalhos de Marcelo AB que integra a exposição Cartão-postal.
Desta vez, Marcelo retoma a serra, mas focando-se em sua “natureza pródiga e bela”, como nos antigos cartões postais. A obra censurada em 1976 e guardada pelo artista durante esse tempo será finalmente exposta, junto de 17 desenhos em lápis de cor de trechos da serra que não sofreram com a interferência humana. Mesmo as nuvens do céu foram retiradas, em favor de uma condução direta a portentosos mares de morros que ondulam em movimentos alcançados através de diversas tonalidades de verde.
As notícias da possível exploração da área fizeram Marcelo revisitar o assunto. Trata-se de unir forças às diversas movimentações da sociedade em defesa da Serra do Curral e sensibilizar as pessoas do porquê impedir seu desaparecimento.
O evento de abertura da exposição será realizado neste sábado, 3, de 10h30 às 15h. A apresentação da dupla de músicos Theo Lustosa e Bárbara Barcelos abre o dia, seguida por uma conversa com o artista Marcelo AB, o curador da mostra e professor da Escola de Belas Artes da UFMG, Rodrigo Vivas, e o coordenador do Projeto Manuelzão e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Marcus Vinicius Polignano.
A visitação segue de 5 a 17 de junho, das 10h às 12h e das 14h às 18h. A Singular Galeria de Arte fica na Rua Curitiba, nº 1592, Lourdes, Belo Horizonte.
O documentário é um convite a uma reflexão profunda sobre o planeta que estamos deixando para as próximas gerações. As imagens foram registradas em uma expedição a diversos pontos de Minas Gerais e da Região Metropolitana de Belo Horizonte, em conversas frente a frente sobre o passado, presente e futuro dos nossos rios e das regiões em seu entorno, dando voz a quem vive diariamente dos recursos oferecidos pela natureza. Em contraponto, são retratados lugares onde a escassez e a destruição ambiental já são problemas reais e a água potável, uma vez naturalmente abundante, já não existe.
Quadro do documentário Água de Minas, de Vinicius Parizzi.
A exibição de estreia de Águas de Minas, no Dia Mundial do Meio Ambiente, terá início às 13h, no auditório da Faculdade de Medicina da UFMG. A sessão será seguida de um debate com o diretor do filme, Vinicius Parizzi, a doutora em Geografia e diretora do Instituto Guaicuy, Carla Wstane, e o coordenador do Projeto Manuelzão e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Marcus Vinicius Polignano.
A Faculdade de Medicina da UFMG fica na Avenida Professor Alfredo Balena, nº 190, Santa Efigênia, Belo Horizonte.